Saturday, February 24, 2007

Atenção que eles vêm aí!

Senegal
Chimpanzés vistos a caçar com lanças de madeira
24.02.2007 - 10h58 Teresa Firmino




Já vimos imagens deles a utilizarem pedras para partir nozes e tirar lá de dentro o miolo calórico. Ou a beberem água por uma folha ou a raparem um galho para fazer um apanhador de formigas. O que ainda não se sabia é que os chimpanzés também fabricam lanças de madeira, que usam como armas de caça e não para fins bélicos.

Seguem até cinco passos na construção das lanças. Partem um ramo de uma árvore. Removem-lhe os ramos mais pequenos e as folhas. Ou afiam a ponta do ramo com os dentes.

Dois cientistas observaram-nos nas savanas do Senegal, em Fongoli, entre Março de 2005 e Julho de 2006, e documentaram dez animais a fabricar 26 lanças de madeira.

Em média, as lanças dos parentes mais próximos dos humanos tinham 63 centímetros de comprimento. Empregaram-nas em 22 tentativas de caça, atirando-as às presas com movimentos muito rápidos. Depois de recuperarem as lanças, cheiravam-nas ou lambiam-nas.

E as presas eram outros primatas, os gálagos-do-senegal, que se escondem em buracos de árvores ou se empoleiram nos ramos. Passam o dia a dormir e, assim que anoitece, começam a caçar insectos e aves. Numa das tentativas, os chimpanzés conseguiram que as lanças imobilizassem um gálago.

A fêmea adolescente

Até aqui, tinha-se documentado apenas o caso de um chimpanzé a caçar com a ajuda de uma ferramenta: na estação de Mahale, na Tanzânia, viu-se uma fêmea adolescente a utilizar um ramo para obrigar um esquilo a sair de um buraco. Mas poderia não passar de um caso isolado, sem repetição na natureza por outros chimpanzés. Agora, pela primeira vez, observaram-se chimpanzés a construir e usar armas de forma sistemática para caçar, o que indica tratar-se de um comportamento habitual.

A descoberta é relatada na revista científica "Current Biology", por Jill Pruetz, da Universidade Estadual do Iowa, nos Estados Unidos, e Paco Bertolani, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. “Quando vi isto pela primeira vez, fiquei espantada”, conta Jill Pruetz à revista "Nature".

E eles é que caçam com armas, certo? Não, são principalmente elas. Alguns machos jovens também participam nas caçadas. No entanto, os mais velhos parecem considerar que uma presa de apenas 200 gramas, como é o gálago-do-senegal, não valerá tanto esforço. “Talvez não seja suficientemente benéfico para os machos. Devido ao tamanho das presas, o pacote de proteínas é bastante pequeno”, especula Jill Pruetz.

“É típico nos primatas, quando existem inovações, em particular na utilização de ferramentas, que sejam as novas gerações a apreendê-las rapidamente. Os últimos a apreendê-las são os adultos, principalmente os machos”, comentou a investigadora à BBC on-line. Noutros sítios de África, os colobos são as presas mais perseguidas pelos chimpanzés das florestas, sobretudo machos. Mas estes macacos não existem na savana do Senegal, o que poderá ter levado as fêmeas chimpanzés de Fongoli a encontrar meios complementares de enriquecer as refeições.

Parece que elas, supõem os cientistas, decidiram explorar uma refeição ignorada por eles. Resta saber se outras populações de chimpanzés do Senegal, a casa de 500 animais, ou noutras partes de África, também constroem lanças de caça. Para já, esta descoberta deverá contribuir para se compreender um pouco melhor como os nossos antepassados desenvolveram estratégias de caça.

Para os humanos, as lanças de madeira mais antigas têm 400 mil anos. “Os múltiplos passos seguidos pelos chimpanzés de Fongoli no fabrico de ferramentas para caçar mamíferos envolvem um tipo de antevisão e complexidade intelectual que muito provavelmente caracterizava os primeiros antepassados humanos”, escrevem os cientistas.

Um espelho?

Chimpanzés e humanos também ficaram um pouco mais próximos. Sabemos que as ferramentas fazem parte dos vários modos de vida dos chimpanzés, desde que, na década de 60, a primatóloga americana Jane Goodall descobriu, na Tanzânia, que usavam nervuras das folhas para apanhar térmitas. Sabemos que transmitem esses conhecimentos às gerações, por isso, tal como nós, são detentores de uma cultura material. Agora acabámos de descobrir que as armas de caça não são exclusivas da espécie humana. Estaremos a ver-nos ao espelho

Wednesday, February 21, 2007

A propósito de arte e de kizomba

No outro dia participei numa discussão onde se duvidava do facto de o kizomba ser uma arte ou não. Numa tentativa de dissipar qualquer dúvida que tenha restado, segue:

(também um excelente exempo de "inteligência colectiva", não? :P)

A propósito do QI colectivo



Para contribuir um pouco.

Mas acredito mais por aqui.

Entretanto, as abelhas já cá andam cheinhas de sucesso há alguns milhões de anos. Nós, espécie humana, jovens e mais espertos, teremos a verdadeira qualidade da tal que se diz colectiva, bem aferida dentro de talvez uns milhares de anitos.
Elas, as abelhas, por cá andarão, muito provavelmente. Nós, e as ovelhas, talvez já não.
Eventualmente, se e quando surgirem simbiotes para coordenar com a espécie humana, esta e o meio ambiente sejam sustentáveis. Inteligentemente. Sem máquinas, acho difícil.
Mas, até estamos a trabalhar para isso. Não é?

Foto do dia

O resultado da "matança". Foram pescados ao largo da berlengas, o mar estava DURO. Já estou em terra firme há quase 5 horas e ainda sinto as ondas na cabeça!! Foi um experiência muito fixe...

"Inteligência Colectiva" Explained

Eu acredito que a inteligência de um grupo pode ser superior à soma das inteligências dos indivíduos que o compõem.

Será que não posso aplicar o termo "inteligência" no contexto de um grupo? Porquê?
Num grupo existe a capacidade de resolução de problemas e de percepção. E é geralmente superior à de cada um dos elementos. Creio que a maioria das pessoas que tenham o mínimo de experiência de trabalho em equipa poderão concordar comigo.

No post anterior citei um artigo em que se dava um exemplo de como um conjunto suficientemente grande de apostadores conseguia obter melhores resultados que os chamados "especialistas" dessa área.

É preciso não esquecer que a inteligência se manifesta sob as mais variadas formas. A Galileu, Confúcio, Newton, Tchaikowsky, Churchil, Camoes, Gandi, Picasso, Bill Gates, Miguel-Angelo, Bell, Pasteur, D. Dinis, Onasis eu adicionaria Hitler, Bin Laden, Pinochet, Kim Jong-il, Mahmoud Ahmadinejad. Todos eles indivíduos inteligentes? Se calhar custa-nos a admitir a verdade...

E apesar da inteligência de cada indivíduo se manifestar num espectro que vai da excelência em bondade à mais pura crueldade, a Humanidade, como um todo, tem conseguido sobreviver, evoluir e tornar-se a espécie dominante do planeta. Será devido a uma mão cheia de "iluminados"? Ou será que o nosso "grupo", pela extraordinária heterogeneidade é globalmente responsável pelo sucesso da espécie?

Os mais pessimistas dirão "Sucesso? Mas isto está tudo perdido! É o aquecimento global, a fome, as bombas atómicas, o terrorismo!!!"

Sim... sim. Quanto a mim tudo isso faz parte da "inteligência colectiva". E a verdade é que, até não estarmos, estamos cá.

Somos seres eminentemente sociais. A inteligência de um único indivíduo isolado, incomunicável, de nada serve. É cada vez mais difícil um só ter um grande impacto. Dependemos mais e mais uns dos outros para o bem e para o mal. Isso é mau? É porque as pessoas estão a ficar mais estúpidas? Não me parece.

Exemplo de "Inteligência Colectiva" 2

Eu diria que estes senhores concordam comigo. Não?

Excerpt from New York Times Article:

Odds Are, They’ll Know ’08 Winner

http://www.nytimes.com/2007/02/14/business/14leonhardt.html

On Election Night a few months ago, Betsey Stevenson and Justin Wolfers gave a small party for neighbors and colleagues at their row house in Center City in Philadelphia. They connected their television to a projector, served beer and pizza and watched the returns come in.

Exemplo de "Inteligência Colectiva"

Será que a "inteligência colectiva" existe? É do senso comum que a "estupidez colectiva" existe. Mas uma coisa não implica a outra. Eu acredito que a primeira também existe. Não só acredito que existe, como é a forma mais elaborada e capaz de inteligência, com potencial que vai muito além da soma das partes individuais.

Excerpt from New York Times Article:

Companies Pressed to Define Green Policies

http://www.nytimes.com/2007/02/13/business/13climate.html

Tracey C. Rembert, the coordinator of corporate governance and engagement for the Service Employees International Union, acknowledges that Wells Fargo is the country’s largest purchaser of renewable energy offsets and has specialists on staff studying all of the implications of climate change on its businesses.

Friday, February 16, 2007

A cara do génio autor do plano de guerra Iraque


"O plano para a invasão do Iraque previa como data para a estabilização do país o final de 2006 e ainda que nessa altura apenas cerca de cinco mil efectivos dos EUA permanecessem no terreno. Os dados do plano, elaborado pelo general Tommy Franks (actualmente na reserva), foram divulgados pelo National Security Archive (NSA), que classificou as previsões como completamente alucinadas".

TAF!

Portugueses não têm "testículos" para dizer que referendo não é vinculativo, diz Jardim
16.02.2007 - 08h04 Lusa




O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse ontem à noite que os portugueses não têm "testículos" para dizer que o referendo à despenalização do aborto "não é vinculativo".

"Parece que, em Portugal, não há testículos para se dizer que o referendo acabou por ser um fracasso do regime político, o referendo não é vinculativo, não tem qualquer valor jurídico", opinou João Jardim no regresso de Bruxelas.

Como, na sua opinião, o resultado do referendo não tem valor jurídico, "a iniciativa que tiver a Assembleia da República é susceptível de ser impugnada por inconstitucional".

"Eu, se entender que a Assembleia da República está a fazer uma lei que atenta contra as normas da Constituição que defendem o valor da vida, vou levantar a inconstitucionalidade", concluiu.

Sunday, February 11, 2007

Liberdade

Segunda-feira acordamos todos um pouco mais livres. As mulheres portuguesas finalmente ganharam um direito há muito tempo merecido: ser verdadeiramente donas do seu corpo e da sua barriga.
As que votaram sim, passarão a poder, como nunca puderam, realizar em segurança e sem medo, uma acção que resulta de uma das decisões mais difícieis de tomar por parte de uma mulher. As que votaram não, continuarão a poder, como sempre puderam, respeitar a vida conforme a idealizam.

Wednesday, February 7, 2007

Tuesday, February 6, 2007

Thursday, February 1, 2007

Obras de arte...

que podem ser avaliadas por nós comuns mortais:

http://www.ratemypoo.com/